domingo, 7 de outubro de 2012

I'll Stick Around

Venho aqui hoje apenas para comunicar minha desistência do programa para aqueles que me acompanham pelo blog e tudo mais. Nada de grave, nada trágico, apenas questões muito pessoais que me levaram a decisão aos quase 45 minutos do segundo tempo de não ser mais uma Au Pair. Agora é reaver o dinheiro da inscrição (o contrato me dá um prazo de 60 dias para desistência sem que eles retenham uma parte do valor, portanto não marque bobeira!).

Pra vocês que foram sempre tão gentis e amáveis e parceiras, deixo aqui minha última publicação. Não sei se manterei o blog, mas para aquelas que já estão aqui, deixo nessa última postagem meu agradecimento. Aprendi muito sobre mim nesse processo todo e conheci muita, mas muita gente bacana, e isso já fez valer a pena.


;)



"I'll stick around and learn from all that came from it"

domingo, 29 de julho de 2012

Back and Forth

O post de hoje é curto, grosso e incisivo. Eu adoro ajudar e esclarecer dúvidas, adoro escrever sobre o meu processo e dar meu ponto de vista, adoro os comentários e as visitas de vocês, mas por alguns motivos venho dizer que só voltarei a falar sobre o meu processo, mostrar minha carta e minhas fotos para o Application quando eu já tiver minha colocação em uma família.

O nível de filhadaputice alheia superou as expectativas e é bem capaz de ter gente copiando a porra toda que eu fiz se eu colocar aqui. Eu não vou fazer o trabalho sujo por ninguém! Não de graça, bitch!

Espero que as pessoas bacanas que me acompanham por aqui entendam e se precisarem de ajuda não hesitem em pedir.

;)


"Now you're on your own, one for the pages, over the hill and through the ages, does my heaven burn like hell on you?"

domingo, 20 de maio de 2012

New Way Home

Hoje vim aqui pra falar sobre a minha decisão de mudar de agência. Não que eu seja uma pessoa indecisa (ahãn), mas mesmo após ter conhecido a Cultural Care pessoalmente, ter ido a palestra chata pra caralho e ter preenchido praticamente todo o Application, algo ainda estava me incomodando. Foi quando resolvi usar meus dotes de "stalker level 99" com a próprias agências e analisá-las não só do ponto de vista da Au Pair, mas também da Host Family.

Antes de dar minha opinião e meu veredicto, queria falar que, como já é de conhecimento geral da nação, eu só escolhi a Cultural Care por causa do seguro-saúde que eles oferecem por uma bagatela de quase 1.000,00 dilmas. Até então, eu não tinha conhecimento que qualquer outra agência (tipo a Experimento) oferecia o mesmo serviço. Um dia tive um estalo e perguntei tanto pra agente da Experimento quanto no grupo de Au Pairs do Facebook e ambos me afirmaram que era possível sim fazer um upgrade do seguro básico que eles oferecem.

A partir dali, comecei a dar o mesmo peso pras duas agências e dei início a missão de procurar os podres de cada uma delas. Fui contabilizando o número de meninas que reclamavam de coisas absurdas nos grupos do Facebook e a maioria era da Cultural Care. Depois entrei na página da internet que as famílias tem acesso. Ali tomei um choque de realidade. A Cultural Care faz questão de enfatizar o "flexible and affortable childcare", que fica escrito em letras garrafais bem no topo da página, como se o programa fosse uma solução mágica pra sua falta de tempo pra cuidar dos filhos e a falta de grana pra contatar uma nanny. Que tipo de famílias você esperaria encontrar nessa agência? Acho que não preciso nem falar, né? Já no site da APIA (Au Pair in America) a pegada é outra. Lá eles enfatizam que aquilo é um programa intercultural que provém o cuidado com as crianças e foca na qualidade das suas Au Pairs, e não no preço. Se a pessoa quer economizar com o cuidado dos filhos, num quero nem ver como ela vai querer economizar comigo, porque né?

Pois bem, lá nos EUA eles tem diversos websites como o Reclame Aqui, onde você faz qualquer tipo de reclamação sobre qualquer empresa. Li coisas das mais absurdas possíveis sobre a Cultural Care e sobre as Au Pairs que eles enviavam pra casa dessas famílias. Coisas absurdas MESMO. Famílias achando que tinham sido enganadas porque a Au Pair não trabalhava todos os fins de semana e a LCC ainda dava razão pra ela. Gente falando que eles empurram Au Pair goela abaixo da família, mesmo eles querendo escolher outras candidatas por achar que aquela não combinaria com a família. Esse é o sistema especial de match deles? Fiquei aterrorizada com as coisas que li. 27 reclamações das mais absurdas no site da BBB mais algumas em outros sites de reclamações contra nenhuma da APIA. NENHUMA!

Não preciso falar mais nada sobre o momento em que decidi que iria com a Experimento, né?

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Learn to Fly

Primeiro gostaria de dizer que propus a mim mesma intitular todos os posts desse blog com uma música do Foo Fighters que tenha relação com o tema abordado. E não me venham com perguntas imbecis do tipo "você é fã da banda?".  Pois bem, vamos ao que interessa!


Não sei se é só comigo, mas depois que decidi com toda firmeza de uma gelatina que iria fazer esse intercâmbio, me tornei o Pato Wendy. Pra quem não se lembra do desenho, o pato em questão era um cagalhão morria de medo de tudo, inclusive do medo. Eu devo confessar que auto-confiança nunca foi um problema pra mim, mas depois que decidi ser Au Pair, manolada, passei a ter surtos de medo quanto a minha capacidade de aguentar o tranco que será morar 1 ano (quiçá 2) em outro país, longe de tudo e de todos que conheço.





Todo santo dia fico pensando em como será estranho morar com estranhos (nos dois contextos), em quantas vezes eu vou pensar "que caralhas eu vim fazer aqui?", se eu desistirei no meio do caminho, se meu Application está ruim, se as famílias vão gostar de mim, se eu vou travar no inglês na hora do Skype ou da conversa por telefone e só conseguir pronunciar a palavra potato, se eu vou ficar cansada de só ouvir e falar e escrever em inglês, se o avião vai cair, se vou ficar num lugar que tem terremoto ou tornados, se vou bater um carro que não é meu, se as crianças se machucarem enquanto estão sob minha responsabilidade, se eu vou entrar em rematch porque a família não me achou boa o suficiente pra eles, se eu não conseguir aguentar a dor de dar tchau pra minha vidinha e pra minha família e ter um infarto do miocárdio e um AVC em Cumbica mesmo, se eu ou alguém que amo se adoentar enquanto estou morando lá, se acontecer um golpe de estado no Brasil e eu ficar morando no JFK até ser repatriada, se eu pegar uma DST ou qualquer outra coisa que eu com certeza já imaginei ou estou prestes a fazê-lo.


A grande verdade é que toda decisão importante que tomamos na vida nos dá e nos tira muitas coisas e algumas dores são extremamente necessárias para que possamos crescer e viver melhor ali na frente. Medo todos nós sentimos, mas o que nos difere de todas as outras pessoas é que ao invés de sentarmos no troninho, vestimos nossas Pampers (ou Huggies) e vamos em frente.




Bye bye, fellas! ;)

"Make my way back home when I learn to fly high"

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Long Road To Ruin

Confesso que declarei praticamente encerrado todo e qualquer pensamento sobre o mundo auperiano depois de ter assistido a palestra obrigatória da Cultural Care. Pra quem já sabe como toca a banda, a palestra só serve pra ficar com raiva da interlocutora, especialmente se você tinha coisas mais importantes pra fazer, como dormir. Na verdade a palestra teve sim alguma valia. Pra mim a palestra serviu para ter um pequeno feedback sobre o que a agência quer de você, o que ela pode te oferecer e no que ela quer que você acredite.

Ainda acho que a Cultural Care é a agência que oferece as melhores condições de viagem por um preço justo, mas ainda assim está longe de ser ultra transparente. O calcanhar de Aquiles de toda agência que oferece o Au Pair é que nenhuma delas informa que você terá que arcar com um monte de despesas extras referentes ao programa, como imposto de renda do período em que estiver domiciliada nos Estados Unidos. Enfim, existem alguns detalhes técnicos que deveriam ser explicados, mas as agências preferem deixar que você descubra depois que aterrissou na terra prometida pelo capeta. Confesso que no hiato entre esse post e o anterior, eu dei uma surtada filha da fruta com o que estavam falando sobre o campus da St. John's University, onde é realizada a semana de treinamento das Au Pairs da Cultural Care. Cheguei a me inscrever na APIA (Au Pair in America) pra começar a preencher o application deles, mas depois que vi com meus próprios olhos que os banheiros do campus não eram o horror que estavam falando, sosseguei a periquita e continuei a minha jornada de perguntas e respostas com a menina que é a agente responsável por mim na Cultural Care.

A todo momento eles deixam claro que você deve ser o mais flexível possível quanto a horários, liberdade e todo o mais que a família possa querer estipular. Mas mais do que isso, as agências quase que aconselham você a mentir e se mostrar como a Au Pair virgem que você definitivamente não é. A mocinha (bem mais nova que eu) que ministrou a palestra enfatizou umas 30 vezes o que as famílias poderiam não gostar, mas nunca falou sobre o que você também pode não gostar da família. E é aqui se aplica aquela lei do bom senso, pra ambos os lados.

O que pude sentir é que as coisas funcionam exatamente como algumas meninas falam, a agência sempre vai priorizar a Host Family. Vá com isso na cabeça. Escolha sua família como se não tivesse nenhum apoio quando estiver lá, pois talvez você não tenha mesmo.

Bye bye, fellas!

;)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

What Now?

Pois é! Nem cinco dias se passaram desde o último post. Minha cabeça não parou de pensar no assunto por nem um segundo desse feriado maldito chamado Carnaval. Tenho previsão de embarcar em meados de fevereiro de 2013 (daqui 1 ano, aproximadamente) e as dúvidas e a ansiedade corroem meu cérebro de queijo suíço como se eu fosse viajar amanhã. Não falei com ninguém, não liguei pra nenhuma amiga, num fiz nenhum rolê... Passei o feriado todo pesquisando e pesquisando e pesquisando.

Pois bem, cheguei num impasse, colegada. E meu impasse tem o nome de Host Family. A maioria das pessoas de carne e osso (porque as virtuais são inúmeras) que eu conheço que já fizeram parte do programa de Au Pair voltaram vivas e inteiras pra casa, carregando na bagagem experiências incríveis de viagens, amizades e convivência com o inimigo. Algumas ficaram 2 anos, outras retornaram no final do 1º ano e outras abandonaram o programa na metade. E em praticamente todos esse casos a influência principal foi a Host Family. Aí fiquei pensando: "Que posso eu, mera mortal, fazer para evitar cair nas garras de uma família americana maluca que na verdade almeja adquirir uma Isaura Branca?"


Como eu não consegui encontrar respostas sozinha, procurei ajuda no fórum de Au Pairs no Facebook que me pareceu mais bacana e sensato. Lá eu fiz a minha inocente pergunta e pedi dicas sobre o que fazer para evitar surpresas desagradáveis ao chegar na casa da sua Host Family. No degringolar da questão, mencionei o fato de não ter pressa em ter um Match e expressei que não tenho mesmo a intenção de sair daqui pra sofrer abusos ou viver numa condição de subexistência psicológica, afinal eu não como cocô. Ah, manolada, bastou eu falar isso pra plantar a semente da discórdia, né? Fui chamada de Cinderela por querer viver numa família que me deixe fazer o caralho que eu quiser no meu tempo livre e que disponha pra mim condições básicas de manter uma vida bacana enquanto estou SOZINHA EM OUTRO PAÍS. Ao contrário da maioria, eu tô cagando pro estado que vou ficar. Se me mandarem pro Alaska eu vou e vou sorrindo. Pra vocês verem o nível de mau-agouro, mencionaram até o fato de que todas tiravam fotos das viagens, baladas, mas ninguém tinha as manha de tirar foto lavando o banheiro e et cetera.

Pra encurtar a história longa, eu também lavo meu próprio banheiro aqui. Se quiserem um dia até posto foto da coisa linda que é eu de calças dobradas até o joelho, chinelos Melissa de coraçãozinho e luva de látex esfregando o limo da pia. Eu quero que o glamour vá pra puta que pariu se dane! Não estou indo tirar férias. Trabalho todo santo fim de semana e feriado há 14 anos. Não sei o que é churrasco de sábado à tarde. Não sei o que é happy-hour na sexta-feira. Não viajo nem pra Praia Grande há mais de 1 ano. Minhas férias tiveram 2 dias de duração. CADÊ O MEU GLAMOUR DE PAQUITA LOIRA AGORA?

Eu quero é viver uma experiência de intercâmbio cultural sem que pra isso eu tenha que ser tratada como mais uma cucaracha que precisa do "favor" e da boa vontade deles pra estar lá. E eu acho que esses abusadinhos só não se mancam porque muitas meninas aceitam condições absurdas (como trabalhar mais do que as 45 horas semanais e não receber extra por isso, ou exercer funções que não lhes cabe, como o trabalho de housekeeper.) de suas Host Families por medo de entrar em rematch e voltar ao país sem completar o programa. Mas não se esqueçam que VOCÊS TAMBÉM PAGARAM! Não se sintam diminuídas e só aceitem aquilo que está dentro das suas condições. Ter senso de justiça é tão importante quanto ter bom senso. Pra mim lei é sagrada. Estar fora do regulamento é motivo dos fortes pra eu não vir a fechar com a família ou pedir rematch. E culpa deles mesmos, pois foi nas séries que eles exportam que eu aprendi isso.

;)

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

1st Post. 1st Step.

Um dos clássicos sintomas de se tornar uma Au Pair é ser tomada por uma necessidade louca em compartilhar seus anseios em um blog que ninguém além da sua mãe vai ler. No meu caso é bem provável que nem minha mãe leia, mas mesmo assim eu decidi por criá-lo, apesar de não saber ao certo se vou mantê-lo.

Estou no estágio inicial da doença. Ainda nem me inscrevi em nenhuma agência. Venho me informando sem compromisso sobre o programa de intercâmbio cultural em questão há mais de 4 anos, mas por inúmeros motivos não tive a oportunidade (ou o colhão) de bater o martelo e ir em frente. Bom, dessa vez é diferente. Dessa vez eu vou mesmo me aventurar a ficar 1 ano longe da minha família, dos meus amados gatos, dos meus queridos amigos e dos meus afortunados funcionários e chefes. Não tenho namorado, e mesmo que tivesse, não acho que um relacionamento amoroso consiga sobreviver a 1 ano (quiçá 2) de distância. Mas alguns casais estão aí pra me contradizer, né? Minha opinião é só mais uma e meu modelo de relacionamento também é só mais um. Escolha o que melhor lhe convém.

E por falar em conveniência, vamos discutir o principal assunto desse post: "Por que você vai virar uma Au Pair?"

Primeiro, porque é o jeito mais barato de se fazer um intercâmbio. Segundo, porque é o jeito mais barato de se fazer intercâmbio. Terceiro, é O ÚNICO JEITO de fazer intercâmbio que meu dinheiro permite.

Brincadeiras à parte, é meio óbvio que a razão maior pra qualquer Au Pair virar Au Pair é o valor total dessa modalidade de intercâmbio. Une-se ao baixo custo do programa o instinto maternal aflorado, a experiência com o pentelho do irmão mais novo, e nossa vontade de ripar daqui pra mudar a visão quadrada (e mimada) de mundo mais a oportunidade de estudar QUALQUER COISA lá fora (que conta mais que MUITA COISA aqui dentro) e voilá!, você acaba de ver nascer uma Au Pair em potencial.

Confesso que até alguns anos atrás eu tinha pavor de criança. Jamais, mas jamais mesmo imaginei cogitar a hipótese de cuidar delas como meio de vida, ainda que fora do meu país. Mas isso tudo passou depois que eu comecei a ficar velha e achar tudo quanto é criança a coisa mais linda do mundo. E foi mais ou menos nessa época que elas também passaram a gostar de mim.

Outra coisa que pesou muito na minha decisão foi o fato de você ter uma vida digna e aconchegante aqui (pelo menos é o meu caso), com um certo status profissional (já sou graduada) e liberdade total pra fazer o que bem entende pra ir se submeter a ter um subemprego e viver sob as regras de outras pessoas. Sempre achei que esse tipo de experiência seria horrível (parte por conta de terem passado essa crença pra mim). Mas aí eu desci do pedestal, me despi do orgulho e entendi que isso só tende a me fortalecer.

Antes que eu me prolongue demais, quero dizer que cotei apenas duas agências aqui em São Paulo (Experimento e Cultural Care) e devo dizer que em 2 semanas já tenho 77% do meu Application preenchido na Cultural Care, isso sem nem ao menos ter pago qualquer taxa de inscrição. Fora que o valor é muito mais justo, o atendimento é muito melhor e as opções de Heath Insurance oferecidas são bem mais completas. Já decidi que vou embarcar com a Cultural Care, apesar de ainda não estar certa sobre a contratação do seguro-saúde completo por não ter certeza sobre o quão abrangente é a cobertura internacional do meu seguro-saúde aqui do Brasil. Se for melhor que o básico deles, a franquia for baixa e tiver reembolso, já era, mermão!

Qualquer dúvida, conselho, pitaco ou dica, por favor, não se acanhem em comentar!

Bye bye, fellas!

;)